terça-feira, 25 de setembro de 2018

Uma informação importante: Mapplethorpe está morto

No meio da (lamentável?) polémica Serralves-Mapplethorpe lê-se e ouve-se muita coisa. De uma forma geral, trata-se lixo ou de superficialidades, venha do povo anónimo ou de famosas luminárias, mas a defesa da liberdade de expressão (na arte ou noutro assunto qualquer) parece-me sempre uma boa causa*.

Um amigo chamou-me, por exemplo, a atenção para uma publicação de Volkan Diyaroglu numa rede social. Volkan é um jovem turco que teve também uma exposição aqui no Porto, no Maus Hábitos (encerrou no passado dia 22). Solidarizando-se com o diretor demissionário do Museu de Serralves, escreveu que não pode tirar-se o PODER aos artistas e dá-lo às instituições, cujos interesses são completamente diferentes.

Sendo ou não verdade, há uma coisa que convém ter presente neste caso concreto. O artista propriamente dito está morto desde 1989. O que há agora é uma The Robert Mapplethorpe Foundation, dirigida por uns senhores e umas senhoras de ar muito próspero. Por muito meritória que seja a sua missão e muito importantes as suas atividades, pode devolver-se a questão: pode esta instituição fazer seu o PODER do artista?

Fragmento de Fish (1985) no site http://www.mapplethorpe.org/

* Tal como compreendo que se discuta a fronteira entre a liberdade de dizer ou mostrar e a liberdade de recusar ouvir ou ver. Só num mundo ficcionado não existe este conflito, e só numa sociedade imaginária, ou absolutamente anarca, os indivíduos e as instituições (públicas e privadas) não são compelidos a regular ou a autorregular-se. Ou, o que é o mesmo, censurar ou autocensurar-se.





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