Estou a ler este Ordesa, de Manuel Vilas (Alfaguara, 2018; ainda não há edição portuguesa), e é avassalador. Fragmentária, que avança (ou recua, para tomar balanço) em frases cruas e curtas (mas sempre com um certo tom de humor, por muito duro que seja o que conta), esta espécie de biografia desencantada tem como o pano de fundo os Pirenéus, as montanhas de Ordesa (e, com certeza, lá no fundo, o Monte Perdido). Também me perdi muitas vezes nesta região, mas de boa vontade o repetiria.
Deixo um pequeno excerto, traduzido ao correr do teclado digital:
Deixo um pequeno excerto, traduzido ao correr do teclado digital:
No final da vida das pessoas, o único problema real que se apresenta é o que fazer com os cadáveres. Em Espanha há duas possibilidades: o enterro ou a incineração. São duas belas palavras que encontram as suas raízes no latim: converter-se em terra ou em cinza.
A língua latina prestigia a nossa morte.
Lapidar, sem dúvida, este excerto que traduziu.
ResponderEliminarBom Domingo.
Também esse "lapidar" tem muito que se lhe diga!
EliminarBom cozido dominical, se for o caso!