sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Como é Portugal

Os portugueses são assim.
Um dia, há um facínora que entra no programa do Goucha. A comoção é geral e colossal. A sociedade revolta-se. Os senadores e a ralé espumam de indignação. O Marcelo telefona à Cristina, que interrompe a conversa com o capo di tutti i capi para atender. As lágrimas correm pelo rosto de todos. É lindo, é redentor.
Dias depois, o Goucha visita o Berardo no "seu" palácio. Tudo jóia, elegante, sofisticado. Berardo não é um facínora, deve até ser visita de casa do capo di tutti i capi, com quem partilha gostos clubísticos e pelo dinheiro alheio. Mas não há problema, até o Marcelo deve ter afeto por ele, que é um homem de Cultura. Um ou outro comentador estranha, o resto da manada fica impávida. Afinal, dar calotes colossais na banca, para que todos paguemos, até é bem visto neste sítio à beira-mar estagnado. E a visita deve ter redimido o Goucha.



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