Na linha do pessimismo positivo que este blogue adotou, dedico agora alguma atenção à questão da eficiência energética, um tema que, a par das alterações climáticas, economia circular e descarbonização, integra o mainstream das políticas ambientais dos nossos dias.
Está em curso, em Portugal e na Europa, um colossal processo de investimento em eficiência energética de infraestruturas e equipamentos públicos e edifícios de todo o tipo. Há fundos comunitários envolvidos, há instrumentos financeiros específicos, há comunidades público-privadas dedicadas a estudar, projetar, reabilitar e a fazer outras coisas terminadas em "ar" que, entre outras iniciativas, estão a cobrir o país de iluminação do espaço público e edifícios assente na tecnologia LED (Light Emitting Diode).
Ainda a procissão vai no adro (ou seja, ainda há milhões e milhões para gastar), mas já se começam a confirmar sinais de que esse caminho está cheio de armadilhas. Este alerta da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto, por exemplo, não é caso único (ver: “Último grito” da iluminação está a tornar a noite mais dia com efeitos na saúde).
Como é habitual, o problema não está na tecnologia em si, mas no seu uso generalizado sem a devida ponderação dos efeitos na saúde humana, nos ecossistemas e no ambiente: aumento da poluição luminosa a grande distância, perturbações do sono (que implicam maiores riscos de depressão, obesidade, diabetes e potenciam os cancros de origem hormonal), desorientação das aves migratórias, diminuição do número de insetos, etc.
E assim, à boleia do dinheiro fácil, se vai fazendo o futuro das cidades, das políticas públicas e da nossa sociedade.
Foto Shutterstock |
Está em curso, em Portugal e na Europa, um colossal processo de investimento em eficiência energética de infraestruturas e equipamentos públicos e edifícios de todo o tipo. Há fundos comunitários envolvidos, há instrumentos financeiros específicos, há comunidades público-privadas dedicadas a estudar, projetar, reabilitar e a fazer outras coisas terminadas em "ar" que, entre outras iniciativas, estão a cobrir o país de iluminação do espaço público e edifícios assente na tecnologia LED (Light Emitting Diode).
Ainda a procissão vai no adro (ou seja, ainda há milhões e milhões para gastar), mas já se começam a confirmar sinais de que esse caminho está cheio de armadilhas. Este alerta da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto, por exemplo, não é caso único (ver: “Último grito” da iluminação está a tornar a noite mais dia com efeitos na saúde).
Como é habitual, o problema não está na tecnologia em si, mas no seu uso generalizado sem a devida ponderação dos efeitos na saúde humana, nos ecossistemas e no ambiente: aumento da poluição luminosa a grande distância, perturbações do sono (que implicam maiores riscos de depressão, obesidade, diabetes e potenciam os cancros de origem hormonal), desorientação das aves migratórias, diminuição do número de insetos, etc.
E assim, à boleia do dinheiro fácil, se vai fazendo o futuro das cidades, das políticas públicas e da nossa sociedade.
Sem comentários:
Enviar um comentário