Tem feito correr rios de tinta e levantar vozes iradas a descoberta de que alguns pequenos vigaristas de Pedrógão Grande, talvez estimulados e ajudados por médios vigaristas (também de Pedrógão Grande), burlaram o estado, os pedroguenses e os portugueses em geral - falsificaram as moradas para receber uns subsídios para reconstrução de casas, alegadamente destruídas pelos incêndios do ano passado. Os políticos indignam-se, os jornalistas assanham-se e os cidadãos comuns arrancam os cabelos. Há inquéritos, comissões, câmaras ocultas e bravatas do Professor Marcelo.
Mas isto intriga-me. Num país em que grande parte da população falsifica moradas para colocar os filhos na escola mais conveniente e em que deputados, ministros e secretários de estado falsificam moradas para receber subsídios de renda ou deslocação, o que pode justificar tamanha comoção?
Por mim, confesso que esperava bem pior. Ou espero, porque a procissão ainda vai no adro...
Mas isto intriga-me. Num país em que grande parte da população falsifica moradas para colocar os filhos na escola mais conveniente e em que deputados, ministros e secretários de estado falsificam moradas para receber subsídios de renda ou deslocação, o que pode justificar tamanha comoção?
Por mim, confesso que esperava bem pior. Ou espero, porque a procissão ainda vai no adro...
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| Foto: Paulo Novais/LUSA |
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